"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Café sem açúcar


Deve fazer uns dois meses que eu parei de adicionar açúcar ao café. No começo foi difícil. Era amargo demais. Mas pensava valer a pena ser persistente. E realmente valeu. Hoje nem sinto mais falta. Pra falar a verdade se, por distração, eu acabo adoçando, só não jogo a bebida no ralo da pia porque aprendi a não desperdiçar nada que aos outros pode estar faltando.

A questão é: não há nada nesse mundo que você não acaba se acostumando. Certas coisas requerem mais tempo, outras menos. Mas tudo acaba se tornando natural com o passar dos dias, meses ou anos. Você nem percebe, mas, quando menos espera, está quase ou totalmente adaptado.

Quantas coisas você costumava fazer e hoje não faz mais? Com quantas pessoas você costumava conversar e confiar e hoje nem mais as vê? Se algo obriga você a isso, é sempre difícil. Amargo no começo. Mas, em algum tempo, tudo se torna natural novamente. Você se habitua. E, enfim, começa achar graça "no café sem açucar".

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Cansei de andar com um  mapa traçado, de seguir os caminhos já conhecidos. Decidi que andarei conforme a intuição, e que pretendo percorrer o desconhecido.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Say what you need to say



Das resoluções de fim de ano que eu fiz no réveillon passado, a que eu considero mais importante é até refrão de uma música do John Mayer: “Say what you need to say”... Não por acaso. Mas porque já perdi ou me afastei de muitas pessoas por não dizer o que precisava ser dito. Desde um “Eu adoro estar contigo” até “Você está errado desta vez”. Mas tudo bem. Acaba o ano para termos uma chance de recomeçarmos. Sempre um pouco melhor, um pouco mais sabidos.

Agora eu tento relaxar e falar sem pensar muito, para não hesitar. Me disseram alguma vez que se você tem algo a dizer para alguém, é melhor falar mesmo. Por mais que suas mãos tremam, por mais que você pense ser inútil. Falar. De coração aberto. Qualquer coisa é melhor do que calar.

Disseram também para não carregar aquilo que incomoda, que machuca. Livrar-se do que pesa no peito. E não permitir, jamais (ou nunca mais), que alguém se vá por medo de pedir a ele para que fique.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A falta-pós-perda


Chove forte, acabou a luz. Eu não encontro velas em lugar algum. Está escuro, claro que está. Já é noite. O que eu posso fazer? Nada. Além de esperar deitada no sofá.

Engraçado como as coisas fazem muita falta quando não as temos. Quem dá importância para a tevê, o notebook, o micro-ondas e a cafeteira quando estão funcionando perfeitamente? Ninguém. É só faltar luz que dá uma louca vontade de café, Jornal Nacional e pastel quentinho, sem falar da sagrada iluminação. Sim. Sentimos falta quando perdemos. E somos tão tolos que, mesmo sabendo disso, percebemos sempre tarde. Não damos valor enquanto há tempo.Não nos contentamos com o temos. Nunca. Achamos sempre que algo melhor nos espera. 

Desistimos fácil daquilo e daqueles que já estão conosco. E quando eles se vão, vem saudade, arrependimento, culpa. E, infelizmente, pessoas e oportunidades não são como a luz, que volta com o fim do temporal.