"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Últimos Planos


Recolhem os pratos, com que alimentaram seus últimos planos juntos. Decidiram que seguiriam seus caminhos, mas não mais lado a lado. Dividiram os discos, os livros e as canecas de chá. Ela ficou com a estante e ele fez questão de levar o sofá. Desfizeram-se dos presentes e da aliança de compromisso que agora não era nada além de um elo de metal.

Não acharam certo que algo que os havia feito tão feliz, acabasse com tristeza. Então, ele forçou um sorriso, que fez sustentar o seu olhar calmo. A sua mão tocou o trinco gelado ao mesmo tempo em que ela o abraçou com seu moletom um tanto grande, mas que a deixava com um ar de menina do colégio.

Ele foi e a recomendou que não andasse sozinha à noite. Ela fechou a porta, tentando buscar em si qualquer resquício de felicidade, alguma faísca daquilo que a fazia sorrir. Colocou um prato solitário na mesa, pois era hora de alimentar novos sonhos e planos, e agora, fazia aquilo por si só.

Um comentário:

  1. Alimentar novos sonhos e abandonar os antigos não é nada fácil, porém é preciso seguir em frente.

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