"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Descompasso


Vai caminhando sob a faixa amarela, no meio da rua vazia. Olha o céu e não consegue ver as estrelas. Respira fundo o ar gelado da noite de inverno, esperando que talvez ele possa congelar reminiscências indesejáveis. Seu pensamento indomável foge do seu alcance. É algo maior, vai muito além de um metro e setenta.

É como se houvesse um lugar no seu coração que entorpeceu, e que foi reservado para doer de vez em quando. E não é qualquer anador que resolverá o problema. Uma dose de tempo, talvez. Na verdade, mais uma.

Já não acredita em cura. Acredita que acostuma. De certa forma, aprendeu a lidar com os descompassos do coração, que mais uma vez, perdeu o ritmo no meio da dança, pois há tempos essa música não lhe agrada.

Um comentário:

  1. Muito obrigada, pelo carinho lá no meu blog.
    Seu texto também ficou muito lndo.

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