"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

quinta-feira, 10 de março de 2011

Metade


Você não me encontra mais. Pelo menos não na minha casa, em um sábado à noite esperando algum sinal seu ou da campainha. Fácil era ficar aqui por umas três horas, fazendo companhia pra minha saudade acumulada no peito durante a semana toda, me fazer uma massagem e dizer que tem que ir, sem explicação alguma, afogando minhas perguntas com beijos melosos; e até achava bonito, mas agora não. Enjoei do seu amor de final de semana, com cronômetro ligado ao primeiro passo na escada. Cansei de ter, somente em três horas semanais, a presença de quem eu tenho presente na mente o dia todo, todos os dias, sem descanso em feriados, sábados, domingos e dias santos.  As suas promessas, tão falsas quanto adidas de cinquenta reais, e mais baratas que cd pirata no Paraguai, tem deixado um clima pesado na minha sala, acumulando poeiras de decepção na mesa de centro.
Se é pra ser, tem que ser por inteiro. Ninguém usa um sapato se o par não estiver completo.

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