Não pegue minha mão e não chame isso de amor. Se ontem quando o sol se escondeu você fez questão de virar a esquina com suas chaves balançando penduradas na calça. Se você me deixou sozinha no carro esperando durante longos e frios quarenta e sete minutos, enquanto tomava seu banho de três. Se não me olha mais nos olhos com a mesma ternura sabor chocolate de antes. Se morango com chantili não te faz lembrar as mesmas coisas que a mim faz. Se não sente saudade do meu beijo às duas da manhã quando ouve aquela certa música do Travis.
Isso não é amor, definitivamente. Mas você nem se importava com isso quando me invadiu com seu cheiro, sem pedir permissão ou licença. Porque amanhã bem cedo você já vai procurar um pão quente e um amor com aroma fresquinho, já vai ter ativado o estado “amnésia” e vai estar feliz, espelhado por um novo sorriso. E não fará questão nenhuma de ligar, nem pra pedir como estou, nem pra avisar que não volta. Uma hora dessas eu descubro, ou me dou em conta que seu amor era oco, e que a casca caiu.
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