"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Montanha-Russa

Seria mais cômodo amar alguém mais fácil de ser amado. Seria mais confortável acordar sem nenhuma saudade no peito, ir dormir sem nenhum gosto de chocolate com avelã na boca, preparar chá de cidreira só pra um. A solidão seria menos dolorida, o pensamento teria outras ocupações, o coração bateria mais tranquilo. Mas é isso mesmo, sempre foi. O amor tem seus efeitos colaterais, e quanto a isso não podemos fazer nada.
Mas não abro mão, mesmo, da sua companhia em dias quentes, frios ou chatos; das suas manias, que nem mais questiono; do seu gosto por meias cano longo; da sua preferência por filmes de terror; das suas teimosias em relação a cores; do seu jeito engraçado de coçar as costas; do seu riso incontrolável depois de suas próprias piadas.
O seu viver é o que dá sabor ao meu sorvete de sábado, é o que me coloca em uma montanha-russa de emoções, é o que dá cor às paredes sem graça da minha vida.
Só você me faz sonhar, esperar, esquecer, lembrar, sorrir, chorar, detestar e amar, tudo junto, ao mesmo lindo tempo.

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