"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

sábado, 30 de abril de 2011

Estou numa fase em que nada me parece bom e agradável o suficiente. Sempre fica aquele gostinho de que faltou alguma coisa pra ficar perfeito, tipo festa sem balão. Tudo bem, eu sei muito bem quando isso começou...
Começou quando ele estralava os dedos olhando pra janela, procurando fugir dali. Indecifrável. Mas o tal do sexto sentido, bem aguçado em mim, como até mesmo ele dizia, me deixava intuir em que esquina o seu eu havia adentrado, e a que decisões seu coração havia chegado. Esperei em silêncio, usando suas meias, agarrando os joelhos forte contra meu peito que sentia medo. Até que seus dedos não estralavam mais. Percebeu então que deveria dizer alguma coisa. Entretanto, ao invés disso, me olhou demoradamente e segurou minha mão. E os nós já se formavam na minha garganta... Segurou-me em seu colo por um segundo, e aquilo havia sido mais doloroso do que qualquer uma de nossas discussões, pois tinha cara de despedida.
Fez questão de dizer que nos veríamos por aí, antes de abrir a porta e um buraco dentro de mim. Deixou-me com uma saudade apertada e com a dúvida de o que vem depois, em cima da mesa de centro. E foi. Só.

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