"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Armadura


Meu cupido anda com problemas em fazer alguma flecha perfurar minha armadura. Tenho andado meio impermeável, eu admito, superficial quase demais. O problema é que posso vasculhar a minha biografia, dia por dia, desde a minha primeira faísca de amor. Não consigo encontrar algum fato que explique essa minha frieza, talvez fraqueza. Tá difícil conviver comigo mesma desse jeito. Estou me protegendo de alguma coisa que nem vejo, que nem se quer sei se existe. Talvez seja porque nunca experimentei, mas não por não terem me oferecido. Já tive a visão de um amor perfeito, só nunca alcancei, nunca me vi dentro dele. Sou curiosa pra saber quem será aquele com força suficiente pra me puxar pra dentro de um amor assim, em uma ida sem volta, em uma luz sem sombra.

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