"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Coração de Camelô


Tem algo estranho transbordando na minha cara. Água em estado líquido, algo parecido com lágrima. Digo “parecido” porque elas não me convencem de sua sinceridade, nenhum pouco. Não são dignas nem do próprio nome. Alma fajuta. Coração de camelô. Seção de R$ 1,99.
Sabe aquela história de que “quando perde dá valor”? Eu nunca fiz isso, pelo menos não de verdade. Até me sopra aquele vento de saudade, de lembranças e do perfume das flores que certa vez me deu. Mas com um coração pirata, sentimentos piratas, logicamente.  
Já estou bem longe de quem já estive tão perto. Me fez bem, verdade. Mas agora já exerce essa função a outro alguém, talvez porque eu tenha começado com essa história. Eu penso que se tivesse tempo eu faria tudo diferente, e quando vejo que eu tenho todo o tempo do mundo, a covardia vem em balde e eu me encharco de certeza de que faria tudo igual, tudo errado igualzinho, se não pior.  Primeiro, eu engano com sorrisos tortos à toa, depois, eu desabo com olhos vidrando o teto, querendo fugir da cara, já que as pernas não ajudam. E pensando nisso acho que minhas pernas são as únicas partes sensatas do meu corpo que ainda restaram, porque se fosse pelo coração, esse já teria feito as malas e partido... Deve estar se lamentando por ser grudado.
 E aquele alguém não merecia, nem nunca mereceu, mas nem sei se isso importa agora. Já me esqueceu, assim como se esquece de uma música sem graça, que há tempos já não toca.

Um comentário:

  1. Daali, leio teu blog quase que diariamente, hihi ;$ não pára nunca de escrever tá? adoro ler teus textos, e acho que eles gostam de se 'encaixar' no meu momento também, talvez seja solidariedade inconsciente -qq, AOIUSHAOIUAHS' liindos amiga! :D

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