"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Oxigênio


Ele riu enquanto eu dublava uma música sertaneja do comercial. Ele bem sabe que só faço essas bobices pra arrancar-lhe um sorriso que me amolece as pernas. Ele me pega no colo, entrelaça seus dedos nos meus e me diz como eu sou engraçadinha. Eu dou um sorriso amarelo em retribuição. Ele sabe muito bem que nessa hora não me falta mais nada. Não sinto mais fome, nem sede, nem vontade de ir à praia. Nem de sair, nem de comprar uma roupa nova, e nem de chocolate. Eu nem mais respiraria. Ele como oxigênio já seria o suficiente. Eu o respiraria pra sempre, até que o ar acabasse, e eu ser ar, morreria.

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