"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O outro lado do oceano


Era parte constante dos meus dias. Sabia do que mais me agradava e do que eu não fazia muita questão. Nem insistia pra sair em segunda-feira à noite e só me olhava calado quando sabia que eu não estava bem. Tirava-me um sorriso com a facilidade com que sorria também. Eu o sentia em todas as minhas células, em todo o ar que adentrava meus pulmões. O seu abraço alimentava a mim e a ele também. Cantava uma música e outra e me encantava. Nunca ninguém havia me feito tão feliz com um Sonho de Valsa. Os dias passavam como segundos e um dia o tempo se esgotou. Entrou na sala, sentou do meu lado, não muito perto. Disse que tinha que ir, e que provavelmente não iria voltar. Disse que tinha planos pra si em um lugar do outro lado do oceano e esses planos não me incluíam. Disse que eu iria ficar bem, e que eu seria feliz. Disse que seria melhor assim. E foi... E não me ensinou a ficar sem os olhos serenos, sem o sorriso fácil, sem o ar que adentrava meus pulmões, sem o abraço que me alimentava, sem a canção que me encantava... O inocente bombom rosa passou a ter gosto amargo de ausência. Os dias agora passam como anos, e você,  está do outro lado do oceano...

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