"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Azia


Defender-se não adianta. Você acaba ferido, correndo ou parado. Não há armadura que proteja, não há coração de lata que escape sem arranhão. Mas é assim. Às vezes até sem motivo, acredite ou não, ou melhor, experimente. É um tanto de coisas enguiçando seus pulmões que você nem difere uma da outra, prefere descrever como cansaço, dor nas costas, sono. E você até chega a um ponto em que pensa que tudo o que você acreditava ficou pra trás.  Que você perdeu tempo, palavras e preocupações e até sentiu peso falso na consciência. Mas quem te convenceu disso tudo foi você mesmo, bem sabe. Quem fantasiou, o mínimo que conseguiu, mas fantasiou, foi você. Então não há culpados (só porque não acho agradável culpar a si mesmo).
Chega uma hora que nem frase de Zibia Gasparetto te anima. E você até acha graça em café forte e sem açúcar. Você tá tão ácido por dentro que pensa que é azia. Toma estomazil, mas tem certeza que não surtirá efeito. Teu problema é outro. Você sabe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário