"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mulherzinha


Não dá bola se eu resolver não responder suas perguntas... Vou até a cozinha preparar um suco de laranja pra ver se desce o nó na garganta. É ceninha, crise boba, eu choro como mulherzinha, eu sei. Mas quando estou assim não perca tempo nem saliva perguntando o que há de errado. Não vou falar, até porque não sou boa escolhendo palavras, às vezes acabo machucando, é pior. Então para manter o ar equilibrado entre nós, só respire um ar de desculpas e finja um olhar compreensivo. Nem abra a boca, já me contento com teu silêncio, eu até preciso disso, paz de espírito. 
Isso é como o amarguinho no final da fruta. É o início da entediante segunda. É picada de abelha. É bater o dedinho do pé na esquina do sofá. É se cortar com copo quebrado. É levar a primeira demissão. É receber um não. É chupar limão.
Mas nem se preocupa, como toda ferida sara e todo amargo passa, amanhã se tiver sol vou estar bem, só com mais uma pequena cicatriz no coração de lata. Mas nem é nada, né?

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