"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Par


Quem já não fechou os olhos por algum segundo em meio à cidade caótica com o desejo de encontrar o abraço mais seguro e quente do mundo? Quem não ouviu alguma certa música, repetidas vezes, que não o fez lacrimejar mais de dezessete vezes no dia? Quem nunca acordou com os pulmões enguiçados, com algumas pedras pesando no peito, reclamando de um pesadelo que teve, mas que pareceu tão real? Quem nunca saiu em um dia nublado, querendo buscar o sol em alguém e torceu para que o escuro da noite demorasse a chegar? Quem nunca se sentiu sozinho, na companhia de muitos? Quem já não contou estrelas em pares? E por que exatamente em pares? Talvez porque a palavra “par” soa bem.

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