"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vício


Vício. Forno à lenha no peito. Imã nos teus olhos. Joelhos de gelatina. Pólo Norte nas mãos. Sorriso de propaganda Colgate. Força de atração. Coração ora corre, ora se arrasta. Respiração mais parada que despertador sem pilha.
Consciência consciente da ausência. Conformidade. Corpo colado. Mente a quilômetros de distancia. Calor e frio. Desejo. Coração, único membro esperto, quer fugir. Pernas, membros mais inconsequentes, pesam toneladas, não consigo movê-las. Areia movediça. Saudade nostálgica, nem sem mais a diferença. Fotos desnecessárias. Filme gravado na mente. Traços decorados, para lembrar no depois chamado sempre. Sorriso teu em um segundo, sorriso meu nas longas vinte e quatro horas do dia. Se quem vive de passado é museu, meu coração mudou de nome.

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