Estamos como uma folha usada. Escrita a caneta, rabiscada e amassada. Nela, escrevemos toda nossa história em letra de forma, sublinhando carinhos, abraços e pores-do-sol. Uma crônica longa e deliciosa, que lembra aroma de café. Não que não tivemos trechos sabor meio amargo, mas podemos chamá-la romance. Não poucas vezes entramos em acordo para substituir um ponto final por uma vírgula. Não poucas vezes usamos as palavras “esperança” e “última chance” no nosso enredo, e não poucas vezes escrevemos sobre medo e solidão, criando nossos próprios conceitos de saudade e dor.
Mas a folha já usada, rabiscada e amassada, andou ficando pela estante da sala. Esquecida entre o som e a agenda velha. E sabemos, claro que sabemos, que já chegamos às últimas linhas. Não há mais vírgulas, nem reticências. É hora do nosso final, mas sério, não feliz, final.
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