"Um dia o peito desenferruja e a gente abre mão do que há de vir" (Gabito Nunes)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Espelho do Banheiro

Revista velha, super interessante, mas sem capa. Já lida trinta vezes, e refolhada todos os dias antes de sair. Bem a sua cara. Abre a janela verde do teu quarto e o sol dá o ar da graça. Pra comer, nem pão amanhecido. Mais um item na lista de compras. Cheirinho doce na nuca, combinando com o aroma suave da camisa limpa. Segura o tempo como pode. Diz que adora as manhãs e eu digo que te adoro. Promete voltar logo e eu prometo estar esperando. O sol se inclina conforme minha saudade, mas os ponteiros teimam em se amolar. Abre a porta e um sorriso às sete. Flores pro jantar. Luz do abajur no corredor. Minhas mãos na tua pele. Suor no teu cabelo. ‘Certeza’ escrita a dedo no espelho do banheiro, com o vapor do chuveiro... E aí me tem fácil. Me solta e me pega, me larga e segura, me acalma e agita...

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