Não sei se já te disse o quanto adoro teu jeito calmo de me olhar ou o quanto você fica irritantemente perfeito enquanto tem o prazer de me explicar algo que desconheço com um ar de superioridade. Já disse o quanto gosto quando você prepara o jantar? Ou quando me ataca com cócegas? Finjo me irritar, mas adoro. Já te contei quantas noites eu peguei no sono imaginando você do meu lado? Já falei o quanto é bom ouvir seus passos na escada e o quanto você fica charmoso de gravata? Acho que nunca, mas é tudo verdade.
Lembra daquela noite em que falamos um ao outro o que não devíamos? Você saiu pela minha porta e eu disse que não precisava de você... Aquilo sim era tudo mentira. Na verdade eu sempre fui egoísta e orgulhosa. E agora do que adianta isso? Nem sei se terei força nas pernas pra levar esse pedaço de papel até a caixinha do correio. E você deve até esperar que eu não mande notícias, não ligue, não visite seu Orkut. Eu não fazia isso nem quando um pedaço de metal no dedo nos mantinha ligados...
Então, esse miserável papel de carta com palavras idiotas vai ficar aqui, da gaveta na cômoda. Talvez um dia desses você adivinhe que eu sinto a sua falta.
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